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Alejandro Aravena: Pensar no que não construir (...)

Alejandro Aravena: Pensar no que não construir


“Deveríamos pensar mais no que não construir do que no que construir.”

— Alejandro Aravena

Na era da sustentabilidade, esta provocação do arquiteto chileno Alejandro Aravena — Prémio Pritzker e uma referência incontornável da arquitetura social — revela-se profundamente atual. A sua frase, publicada numa entrevista recente à Casa Vogue, convida-nos a inverter a lógica habitual da arquitetura: mais do que projetar incessantemente, talvez devamos, antes de tudo, desprojetar.


A construção civil continua a ser uma das principais responsáveis pelas emissões globais de carbono e pela ocupação desmedida do solo. Neste contexto, a verdadeira inovação poderá estar em reconhecer o valor do que já existe — seja natural, construído ou cultural — e agir com contenção, precisão e ética.


Aravena desafia-nos a pensar a arquitetura como gesto consciente, capaz de responder à pergunta: é mesmo necessário construir aqui? Esta questão, aparentemente simples, tem implicações profundas. Reabilitar em vez de demolir, reaproveitar em vez de consumir, integrar em vez de dominar — eis o verdadeiro desafio.


Na construção em madeira — uma área que me é particularmente cara — este pensamento ganha ainda mais sentido. A madeira é um material vivo, ancestral e regenerativo. Exige respeito, conhecimento e responsabilidade. Por isso, mais do que construir com pressa, devemos construir com intenção.


No projeto Eco||Sistema, esta visão está presente desde o início: criar soluções habitacionais conscientes, que respeitem o lugar, o tempo e os recursos. A provocação de Aravena não é um limite: é um convite a repensar. E nesse repensar, talvez a arquitetura mais poderosa seja, por vezes, aquela que escolhe não ocupar.


Fonte:

Casa Vogue – Alejandro Aravena: “Deveríamos pensar mais no que não construir do que no que construir”

 
 
 

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